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Chai com leite de amêndoas

Desde que fiz o meu primeiro leite de amêndoas, viciei nele e mesmo durante a minha viagem de um mês no Japão, não deixei de fazer e de tomar esse incrível leite. Eu não tomo mais leite de vaca há anos e não sinto falta, mas tem algumas coisas que se faz com leite que eu amava e sinto falta, e uma delas é o chai. Já faz um tempo que fico pensando se dá para fazer chai com leite de amêndoas e se der, deve ficar incrível. Como tinha lido em algum lugar que não se pode aquecer demais ou ferver leites vegetais como o de amêndoas, eu fiquei na dúvida.

Mas hoje resolvi fazer o teste, já que tinha trazido um chá Assam orgânico do Japão. Assam é o nome de uma região na India, onde se produz um tipo de chá preto bastante intenso e apropriado para chai por sua profundidade no sabor, já que o chai é feito com leite. O meu vem da fazenda Banaspaty e é orgânico e Fair Trade.

Levando em consideração que o leite de amêndoas não pode ferver, a primeira coisa que fiz foi colocar o leite numa panela e liguei o fogo mais baixo possível. Coloquei cardamomos inteiros, cravos e canela em pó. Deixei o leite esquentar com essas especiarias para transferir o sabor lentamente e quando vi que já estava bem quente e um pouco antes de ferver, coloquei as folhas de chá, desliguei o fogo e tampei a panela. Deixei em infusão por uns 6, 7 minutos.

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Quando abri a tampa da panela, senti um aroma delicioso e fiquei muito feliz que o leite não tinha coalhado com a ação do calor. Por enquanto, tinha dado certo. Agora era só coar e tomar. Não acreditei! O chai ficou muito além das expectativas! Ficou muito cremoso e incrivelmente saboroso. Acho que mesmo tendo tomado o cuidado de não ferver o leite, com a ação do calor, ele engrossou bastante. A maioria das pessoas faz chai com uma mistura de água e leite, em proporções diversas dependendo do gosto, mas geralmente meio a meio. Eu gosto de fazer o meu 100% com leite, tem gente que acha muito pesado, mas eu adoro.

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Fiquei muito feliz com o resultado e acho que essa vai ser a minha bebida matinal por um bom tempo! Se tem algum ajuste a fazer no meu chai com leite de amêndoas seria aumentar um pouco a quantidade de folhas de chá, para intensificar ainda mais o sabor.

Chá matinal

Desde que abandonei o café com leite como minha bebida matinal, tenho tido muito prazer em escolher o chá pra começar bem o dia 🙂 Eu amo chá pra qualquer hora do dia, mas cada hora tem o seu chá mais apropriado.

Geralmente eu tenho tomado um Assam simples sem nada (que eu também mencionei aqui) que é um chá preto da India mais para o forte, encorpado, pra acordar mesmo. É um chá muito utilizado nos blends do tipo English Breakfast e também pra fazer o famoso chai. Eu gosto dos single estates, os chás de uma única plantação e sem ser blend.

Mas essa semana estou com uma mania de fazer um chá misturado com hortelã fresco. Escolho um chá, coloco um pouquinho menos do que a quantidade normal e acrescento um punhado de folhas frescas de hortelã. Na terça-feira, no dia em que o hortelã orgânico maravilhoso chegou em casa, fiz o blend com um Gunpowder. O Gunpowder é o chá que os marroquinos usam pra fazer o chá de hortelã deles. Só que com muito açúcar, que no meu caso, eu pulo. No dia seguinte, comecei meu dia misturando o hortelã fresco com um Darjeeling 2nd Flush (segunda colheita) biodinâmico de uma plantação chamada Arya Estate que eu amo. Ficou muito bom! E hoje, foi a vez do Assam com hortelã. Amei todas as versões, cada uma com sua característica diferente. Amanhã vai ser a vez do Green Rooibos que tenho em casa.

darjeeling & mint

darjeeling & mint

Torte de Chocolate com Mascarpone e Amêndoas

Como eu ia ao sítio do meu melhor amigo depois de votar hoje, eu fiz uma torte de chocolate que ele ama. Mas choveu e tá um dia meio que pra ficar em casa e o sítio ficou pra um outro dia… mas a torte não!

torte de chocolate, mascarpone e amêndoas

torte de chocolate, mascarpone e amêndoas

O importante aqui é usar amêndoas inteiras para preservar o sabor e a textura crunchy e usar um queijo mascarpone de boa qualidade. Claro que o italiano é o melhor, mas os que vêm pra cá são industrializados com prazo de validade longo, isso quer dizer que contêm mais conservantes. Dos nacionais, ainda só encontrei um aceitável em termos de sabor. O da Fazenda Santo Onofre. Ele é curiosamente mais leve e aerado na textura que o mascarpone da Itália, mas o sabor é bem melhor que os outros nacionais. Se alguém souber de algum outro fabricante bom, me avisa?

Ingredientes

150 gr de amêndoas inteiras

40 gr de brioche

300 gr de chocolate amargo (eu usei o da Callebaut)

2 colheres de sopa de brandy

150 gr de manteiga amolecida em temperatura ambiente

150 gr de açúcar cristal (eu usei o biodinâmico da Native)

5 ovos

200 gr de queijo mascarpone

cacau em pó para decorar (eu usei o orgânico da Callebaut)

Modo de fazer

1. Pré-aquecer o forno a 170ºC. Torrar as amêndoas no forno durante 8 a 10 minutos até que soltem o seu aroma e fiquem douradas.

2. Deixar esfriar as amêndoas e colocá-las no processador com o brioche e triturar grosseiramente. Untar a forma com manteiga, passar um pouco da mistura de amêndoas no fundo e nas laterais da forma e colocar na geladeira.

3. Derreter o chocolate com o brandy em banho-maria, tomando cuidado para não queimar nem deixar que a água do banho-maria entre na tigela do chocolate. Não mexer muito o chocolate enquanto derrete, pois a manteiga de cacau pode separar do chocolate.

4. Bater a manteiga com o açúcar até ficar cremoso. Adicionar o chocolate derretido com brandy, os ovos um a um e o mascarpone, sempre batendo durante cada processo. Adicionar o restante da mistura de amêndoas e misturar bem com uma espátula. Colocar a massa na forma e assar durante 50 a 60 minutos.

5. Deixar na forma 15 minutos depois de tirar do forno antes de desenformar. Deixar esfriar antes de decorar com cacau em pó para servir. Pode servir com uma mistura de mascarpone com creme de leite fresco batido com um pouco de açúcar.

O chá que escolhi para tomar com essa torte foi um Assam (região produtora de chá da India, provavelmente a segunda mais famosa depois de Darjeeling) second flush (segunda colheita do ano, entre julho e setembro, que dá um chá de sabor mais intenso, considerado melhor para os chás Assam do que a primeira colheita, diferentemente dos Darjeeling) da plantação Numalighur comprado na Loja do Chá. Esta é uma versão CTC (cut, tear and curl, um processo de fabricação de chá preto com o uso de uma máquina para enrolar a folha e deixá-la bem pequena, como uma bolinha minúscula, resultando num chá mais forte e com tempo de infusão menor, muito usado nos chás de saquinho, mas existem chás CTC de boa qualidade também, vendidos soltos. Muitos Assam são feitos dessa maneira por ele ser um chá muito bom para ser tomado com leite e assim o chá precisa ser tirado mais forte.) de boa qualidade. É um BOP (broken orange pekoe), a melhor graduação dentro da categoria de chás pretos CTC. Escolhi esse chá para tomar com essa torte porque é um chá forte e robusto para balancear com a torte que é um doce marcante, não é daqueles doces leves e sim com sabores bem acentuados e com um certo peso. Eu tomei puro, sem leite. Descobri que o leite não me faz muito bem então estou tentando fugir dele.

a cor âmbar do Assam

a cor âmbar do Assam